Para não se fiar
- Professor Seráfico
- 26 de fev. de 2022
- 1 min de leitura
Tenho dificuldade em oferecer indulgência aos que, portando diploma de nível superior, prestam-se ao vil papel de disseminadores de mentiras. Minha tolerância é maior, quando os serviçais dessa causa vil revelam ignorância atribuível à desigualdade social com a qual convivemos. Nos primeiros, identifico certa desonestidade intelectual, maior que qualquer eventual interesse econômico, financeiro, monetário ou o nome que se queira dar a conduta tão nociva. Refiro-me, particularmente, a mensagens repetitivas sobre o grau de endividamento de universitários cujo curso foi financiado pelo COFIES. O reembolso dos recursos tornou-se impossível para grande número dos estudantes beneficiados, de que resultou a dispensa do reembolso previsto. Até aí, aplauda-se a dispensa decretada. Mas só até aí! Considerar errada a abertura e concessão de crédito aos estudantes de curso superior, porém, diz mais dos preconceitos que de eventual erro de quem os beneficiou. Sabe-se que a grande maioria dos matriculados na universidade pública brasileira pertence às classes média e alta. Por isso, faltam vagas para os estudantes pobres. O suposto erro está, portanto, na escolha dos verdadeiros beneficiários do FIES, aqueles para onde flui a dinheirama que sai do Erário. Nada mais, nada menos que as empresas de educação superior, Brasil adentro, Brasil afora. A devolução deve ser feita pelo diplomado, respeitada certa carência. Ou seja, do ingresso efetivo do novo profissional no mercado de trabalho depende o reembolso. Como esperar a pontualidade na devolução dos recurso, se o desemprego permanece nos vergonhosos níveis que se conhecem? É admissível alguém diplomado, seja qual for a profissão, ignorar isso?
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