Pátria armada
- Professor Seráfico

- 16 de set. de 2022
- 2 min de leitura
Matéria publicada na última quarta-feira em A Crítica escancara os malefícios do armamento da população, como a tem promovido o (des)governo federal. A proliferação extraordinária de clubes de caça e colecionadores registra resultados no cotidiano das cidades, e não apenas naquelas de dimensões metropolitanas. Nem se torna possível esperar redução na violência, tal como vem sendo praticada em todo o País. Ao contrário, observa-se o agravamento da situação, tanto se multiplicou o uso de armas de fogo para resolver qualquer que seja a divergência. Imaginar que mesmo os cidadãos mais calmos e equilibrados são imperturbáveis às situações de risco, revela apenas ignorância a respeito do ser humano. Se os menos equilibrados e detentores de enorme agressividade não conseguem evitar que assaltantes lhes levem a arma cujo porte pretextam deixá-los seguros, pode-se prever como se conduzirão os mais comedidos. Sem descartar a hipótese de se precipitarem, aturdidos, frente ao assaltante. Também não precisa ser especialista, para saber o destino de parte do arsenal reunido por supostos caçadores esportivos e colecionadores. O que implica reconhecer o fortalecimento das milícias urbanas e a jagunçagem que têm participação decisiva na grilagem de terras e no genocídio praticado contra pretos e indígenas. A tal ponto chegamos, que o arsenal em mãos particulares supera as armas de igual porte nos órgãos oficiais de segurança, da sociedade e do território. O afastamento das forças armadas oficiais das ações de controle e monitoramento do comércio e detenção de armas preferiu ignorar tudo isso. Se o arrependimento(?) do Presidente da República não for jogo de cena, a Bic que ele usa bem que poderia anular todas as medidas que, por enquanto, só beneficiaram os produtores e negociantes de armas, as facções ligadas ao tráfico, as milícias e as funerárias.


Meu bom Professor, não acredito em "A Crítica", na Vera Magalhães e em outros tantos que simplesmente se omitiram esses anos todos.
Nunca há um mea culpa acompanhando a desculpa.