Grande parte das críticas originadas no círculo dos rentistas, externos e internos, nos dias iniciais do mandato do Tripresidente Lula refere-se à soberania do Banco Central. Da parte dos que sempre lucraram com a inflação e pautaram as ações do governo, não se poderia esperar qualquer sentimento que levasse em conta o que se tem chamado responsabilidade social, de resto a primeira e prioritária em qualquer nação que se pretenda minimamente democrática. Os que veem o Brasil como repositório de riquezas fabulosas e desejam fazer delas território por onde transitem sem controle, todavia, sequer se dão o trabalho de avaliar o status de quarto poder conferido àquele Banco, sempre em benefício dos que se aproveitam de tudo - mais, ainda, da crescente dívida pública. Lula, então, forçou e trouxe à mesa de discussão a questão da soberania do BC. As primeiras reações, dos rentistas e dos meios de comunicação que se fazem seus porta-vozes, foram as de sempre, com as reiteradas e envelhecidas alegações. Mesmo de economistas que desfrutam de algum prestígio acadêmico tais alegações foram repetidas agora. Demorou um pouco mas veio, a pronta resposta de outros dentre seus colegas, com igual ou maior crédito nos meios profissionais e acadêmicos. De memória, posso citar Luis Carlos Bresser Pereira e, mais recentemente, André Lara Rezende. Talvez porque, ao contrário daqueles que se colocam ao lado dos rentistas, não esqueceram algumas fórmulas clássicas do pensamento econômico. Sem poupança não há investimento (P=I), conforme ensinam os professores dos primeiros semestres dos cursos de Economia. A poupança, sabem os doutos tanto quanto os primeiranistas, resulta de ganhos superiores às despesas. Em um país cujo salário-mínimo está pelo menos quatro vezes abaixo do necessário à sobrevida do trabalhador, como esperar a diferença que leva ao investimento? Há, porém, os que reservam para si, com o auxílio do aparato governamental, a maior parte da riqueza produzida. Disso dá fé todo órgão preocupado em analisar a distribuição da riqueza no Brasil. Não mencionarei a sonegação, nem a corrupção patrocinada por essa mínima porção dos habitantes da outrora Terra da Santa Cruz, porque o objetivo deste texto é outro. Que se consuma com a indicação de link no qual se registram as falácias que alimentam a soberania do Banco Central. Ei-lo:
O texto da professora LEDA MARIA PAULANI (FEA-USP) faz ecoar a pregação de Lula e pode gerar reação em cadeia, para repor as coisas no lugar e não transferir para o Banco Central a direção dos rumos do País. Talvez acabemos derrubando as taxas de juros extravagantes, que fazem a alegria dos rentistas, enquanto reduzem os níveis de bem-estar social, quando não condenam à morte por inanição boa parte da população. Pata ficarmos só numa das causas.
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