Ganha corpo a reação hostil da sociedade ao PL com que a Câmara de Deputados pretende transformar vítimas de estupro em homicidas. Os que as ajudarem a evitar a morte, também. Dando razão - e levando a desonroso absurdo - à célebre frase de um antigo colega, Paulo Maluf. Estupra mas não mata, foi o que disse o candidato da ditadura à Presidência da República, na eleição de que Tancredo Neves saiu vitorioso. O velho político mineiro morreu, mas com ele não foi o ideário da direita brasileira. Apesar de que o enfant gaté da ditadura morreu em vida e tem parte dos bens, cuja origem é impossível explicar, bloqueados. Comparado o que disse o patrono do verbo malufar com o que pretendem as bancadas BBB, o primeiro parece ter cometido apenas uma bravata, um gesto e palavras denotadoras mais de ignorância e insensibilidade, que de propósito ou perversidade. Feitas as contas e percebidos os pretextos, o crime agora tentado é muitas vezes mais grave que toda a trajetória delinquente do ex-governador paulista. Se tenta fazer do Estado um operador mortífero de Zeus, vai muito além disso. Na verdade, zomba de qualquer inspiração humanitária e revoga todas as conquistas humanas que se têm considerado civilizatórias. Esperar que o Senado confirme a perversidade da previsível maioria da Câmara significa jogar de antemão a toalha, esgotada a Esperança de fazer das leis um caminho da Justiça.
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