A que se deve dar maior atenção - a bilhões que se diz terem desaparecido dos cofres públicos ou a mais de 340 mil cadáveres? É nisso que se resume a controvérsia de agora, a que tenta colocar asas de anjos no ex-Presidente e coroa de espinhos no atual Presidente da República. O fato político e os desvios jurídicos pouco importam a grande parte dos analistas. Dentre eles, contam-se os que fingem não ter entendido as palavras de FHC, quando manifesta sua preferência, se os dois citados acima forem os concorrentes em 2022. As reações, se vindas de quem não tem a menor noção do que é democracia e Estado democrático de Direito, até que não surpreende. Menos, ainda, se o pretenso analista, desinteressado pela História, acredita no período 1964-1985 como um movimento. Sequer se dando conta de que movimentos reais aconteciam nas ruas, os adversários sendo abatidos a tiros pela repressão, ou morrendo nos porões infectos da ditadura. Nem se contem os desaparecidos, cuja ocultação faz dos algozes criminosos em caráter permanente. Pelo menos, até que apareçam os restos reclamados pelas famílias, talvez algumas vítimas uma segunda vez, desta em razão de uma pandemia que sugere genocídio. Isso tudo, para alguns, é apenas passado, como se escassas as evidências de que as peças mais importantes da defesa da democracia sofrem cotidiano assédio das autoridades. Não são pessoas insatisfeitas com o prato a mais que conseguiram colocar à mesa, na segunda refeição diária, ambos - a refeição e o prato adicional - conquistados nos anos a que se atribui o caráter de grossa bandalheira. Por isso, hoje todas revogadas. À frente desses incautos produzidos pelo fanatismo e a ignorância, quando não, a simples truculência, uma impoluta figura da qual o mínimo que se diz é manter relações muito próximas do que há de pior numa sociedade - a milícia. Sem que falte sobre ela e seu círculo mais íntimo, a acusação da prática de rachadinhas, compra de votos e outras ilicitudes atribuídas aos outros, assim tidos por ladrões e tirados do poder. No frigir dos ovos, o debate se vem travando entre as preferências, não de FHC ou de qualquer outro eleitor individualmente mencionado, mas entre os preferidos, de um lado e do outro - os ladrões de estimação de cada qual. Os pecados são os mesmos, qualquer o lado considerado. A diferença se estabelece, porém, quando as liberdades individuais, o funcionamento da Justiça e a segurança da população é posta na mesa. Também a morte no atacado enfrentando a morte a varejo. A primeira modalidade vem dando banho.
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