Agora é oficial. A tortura e o assassinato dos que o governo brasileiro considerasse perigoso subversivo era política de Estado. Faz tempo, sabe-se da tolerância e do apoio do general-ditador Ernesto Geisel à eliminação dos opositores. Desde que, a critério exclusivo dele e de seus apoiadores nos quartéis, fosse incluído na categoria acima indicada. Foi preciso que o sigilo de atos registrados na CIA (Central de Inteligência Americana) fosse rompido, para ver confirmado o que a Comissão da Verdade apurara. Em documento estarrecedor, segundo o pesquisador Mathias Expector, da Fundação Getúlio Vargas, informação enviada pelo então chefe da CIA, William Colby, a Henry Kissinger, Secretário de Estado dos Estados Unidos da América do Norte, Geisel não mediu palavras. Recomendou apenas que o general João Baotista de Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) depois ditador, fosse informado, a cada novo assassinato ou tortura. José Carlos Dias, criminalista que defendeu muitos dos perseguidos pela ditadura, viu confirmada a convicção da Comissão da Verdade, de que foi integrante. Além de reconhecidas como práticas oficializadas naquele trágico período (1964-1985) de nossa história, torna-se evidente a utilidade do sigilo: esconder toda sorte de crimes, seja qual for o grau de hediondez de que se cerque. Uma lição que os mais jovens precisam aprender.
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