OCDE -mentiras, costume e entendimento
- Professor Seráfico
- 6 de fev. de 2022
- 2 min de leitura
Presidente da República encheu de mentiras e falácias o pronunciamento feito durante a abertura da sessão legislativa do Congresso. Para dar um só dentre tantos exemplos possíveis, menciono a referência ao ingresso do Brasil no OCDE. A convite do órgão, disse ele. Todos sabemos tratar-se de pleito apresentado pelo governo brasileiro, e não, exatamente, pelo que infelicita nosso povo, desde 01 de janeiro de 2019. No atual (des)governo, o que se viu foi absoluto desinteresse pela matéria, talvez semelhante e em mesmo grau ao que cerca o combate à pandemia. O ingresso naquela organização internacional depende de serem atendidas pelo País várias exigências, dentre as quais as referentes aos cuidados com o meio ambiente e o tratamento dispensado às minorias. O que significa dizer, incidentes em áreas onde a atuação oficial se orienta pela hostilidade. Disso tem tratado o noticiário nacional e internacional, qualquer o meio que o divulgue. Em matéria relacionada à preservação e proteção do ambiente natural, não é só o desmantelamento dos órgãos de regulamentação, supervisão e fiscalização que é promovido. A tal ponto chegou o estímulo do (des)governo federal a ações danosas ao alcance dos objetivos exigidos pela OCDE, que em Manaus parte do patrimônio do IBAMA foi incendiado. Ao longo das investigações já iniciadas, não há quase dúvida de que será reforçada a suspeita de que a ação até aqui atribuída a interessados na exploração mineral na Amazônia decorre do incentivo oferecido pelas autoridades responsáveis. A constatação de que parte expressiva dos recursos ainda reservados ao IBAMA e ICMBIO restam intocados, enquanto cresce a devastação da floresta diz muito mais do que anunciam os inimigos – da mata e das gentes que a habitam e dela proveem seu sustento. Quilombolas, indígenas, membros da comunidade LGBT+e outras das chamadas minorias (embora em seu conjunto sejam a maioria dos habitantes do País) não têm respeitados direitos inscritos na Constituição e, de resto, consagrados pela comunidade internacional. Se, internamente, a tolerância aos inimigos e agressores da democracia tem provocado ameaças a esse sistema político, que Churchill dizia ser o pior, salvo todos os demais, pouco se pode esperar seja imitado pelas outras nações. Muito teria que mudar, até sentarmos em torno da mesa em que se reúnem as nações que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. É fácil cooperar, quando as diferenças não atiçam ódio, apenas justificam esforço ainda maior para o entendimento.
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