OAB -Riscos a considerar II

A defesa do Estado Democrático de Direito, como ele se configura no texto constitucional é indicada pelo novo Presidente, sem arroubos ou indício de bravata. Do que se conclui da forte convicção de José Alberto Ribeiro Simonetti do significado e da relação da entidade por ele presidida e o sistema político em que atua. Algo essencial à vida da OAB, não obra do acaso ou circunstância desprezível. Particularidade a que nem sempre estão atentos os próprios profissionais, sob o sistema consagrado na Constituição-cidadã, maior é a necessidade dos serviços de oriundos dos cursos de Direito. Nesse caso, tanto precisam ser atendidos os órgãos do Poder Judiciário, quanto aqueles de alguma forma ligados à distribuição da Justiça - Defensoria Pública, Ministério Público e - como não? - setores jurídicos das empresas. Daí a sabedoria e conveniência de superar o conceito de "operadores do Direito", pelo que ele amesquinha e deprecia a concepção, percepção e atuação dos egressos dos cursos respectivos. Ainda tenho guardada nos ouvidos a previsão de um amigo que, faz cerca de 40 anos, dizia estarmos próximos de ver máquinas tomando decisões judiciais. Vejo chegada a hora em que a terrível profecia se vem concretizando. Penso caber à OAB importante papel na restauração dos cursos de Direito, verdadeira reconquista do prestígio das escolas que os ministram e reafirmação de uma categoria profissional cuja presença no cenário brasileiro é marcada pelo progresso, e não só o que se mede por números. Afinal, como disse o próprio advogado José Alberto Ribeiro Simonetti, "a OAB é a maior entidade da sociedade civil". Isso não só prestigia o órgão. Igual a dimensão da responsabilidade que lhe cabe, diante da sociedade.