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O Rubicão de cada um

Difíceis, muito difíceis – e tenebrosos, os dias que temos vivido. Digo da morte imposta a toda uma população, aqui como em outros lugares do Mundo. A rejeição da Ciência, a agressão aos direitos fundamentais do ser humano, o desdém dedicado aos diferentes, tudo isso faz no mínimo supor que a busca das trevas é propósito arduamente procurado. Se não o é, resulta da mais profunda e empedernida ignorância, como se jamais tivéssemos saído da caverna. Fôssemos todos ignorantes, seria talvez mais fácil ajustarmo-nos a estes trágicos (dizê-los apenas tristes seria extrema falsificação)momentos. Pessoas experimentadas no enfrentamento de dificuldades, por isso merecedoras do respeito dos concidadãos, passam borracha no seu passado e tudo quanto de lá pensava-se terem trazido. Preferem aproximar-se dos que teimam em ver na caverna a sentença fatal que a todos condena. Fazem eco a palavras de ordem e interpretações enviesadas da realidade, engrossando a voz rouquenha, cavernosa mesmo, daqueles propositalmente impedidos de sequer sonhar. Porque se tenham comportado com dignidade e espírito solidário ontem, ao transporem seu infeliz Rubicão, comprometem não apenas o passado no qual teriam plantado boas sementes, cuja colheita poderia ser frutuosa, de frutos saudáveis. Não é isso o que acontece, para desgraça dos que creem na superioridade do ser humano, exatamente aqueles valores e condutas que justificariam afirmar-se sem titubeio a diferença entre as várias espécies animais. Pior, ainda, quando se pretendem detentores exclusivos da Verdade, a ser determinada a todos os demais. Mais grave, ainda uma vez, quando atribuem a essa conduta a proclamação da Liberdade. Nada mais falso! Nada mais mentiroso! Nada mais suspeito de servir às causas que ao povo repugna, aos bons causa nojo!


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