O atentado terrorista de 13 de novembro, conquanto não tenha sido o primeiro, junta-se aos antecedentes, se desejamos compreender a realidade brasileira, perceptível somente mais de quatro décadas de experiência. A tentativa de envenenar toda a população da cidade do Rio de Janeiro, de que acabou resultando o prêmio atribuído ao ex-capitão excluído das forças armadas e só muito recentemente tornado inelegível, diz muito mais do que se pode supor. Começou ali a escalada que tem em dezembro de 2022, em 8 de janeiro de 2023 e agora (sem esquecer o assassinato de um petista, no Paraná, em 2022), seus desdobramentos. Por isso, o ataque do terrorista vinculado ao PL não pode nem deve se conter na ingênua hipótese de constituir um ato solitário. Pode até ser que, ao final das investigações, se chegue a essa conclusão. Não é admissível todavia, iniciar ou prosseguir a apuração dos fatos do último dia 13, desprezando todos os acontecimentos anteriores ligados ao mesmo processo político. Neste, o ódio e a violência instauraram-se com tal desfaçatez, desde que a pretendida eliminação de 30.000 brasileiros foi alardeada e ostensivamente prometida. Pior, tomada inicialmente como mera e irresponsável bravata, teve a aumentar o risco que paira sobre a sociedade brasileira a reiterada conduta e a insistente atuação das próprias autoridades constituídas. A despeito de postos no poder em processo absolutamente fiel à verdade eleitoral, foram e são esses mesmos os que persistem em alegar ilegitimidade a seus sucessores. Simples pretexto, a invalidação das urnas eletrônicas pretendeu esconder o que o 8 de janeiro de 2023 pôs à luz do sol. A manutenção no poder, mais que qualquer outro propósito, motivou o terrorismo daquele momento, mal instalado o novo governo. Nas portas dos quartéis se acomodaram e foram estimuladas as hordas que, nem por se terem tornado ocultas, deixaram de atuar agressivamente contra a democracia, o Estado Democrático de Direito e a sociedade brasileira. Em especial, aquela parte que repudia a violência, rejeita o ódio e deseja simplesmente o bem-estar, individual e social. Por isso, é urgente e necessário isolar os terroristas e seus cúmplices, seja onde estiverem, detenham os recursos de que se apoderaram. A primeira das ações desse processo saneador deve ser a rápida conclusão do processo que juntará os terroristas de 13 de novembro aos de janeiro 2023. Imediatamente após, sempre em respeito ao devido processo legal jamais admitido pelos que as eleições de 2022 derrotaram. O terrorismo não é novo no País. Deixa-lo prosperar ou impedir que se agrave o ambiente em que ele prospera é o dever de todo brasileiro. A não ser o que não pratica terrorismo por medo, não por tê-lo como avesso à democracia. Às urgentes decisões e tarefas das autoridades em relação à economia do País - que os números dizem bem encaminhada -, acrescente-se a de expurgar do seio da sociedade os que produziram o clima favorável à presença do terrorismo entre nós. Devem ser isolados, como isolado o vírus que esses produtores da morte tentaram usar como auxílio à chegada da meta - 30.000 mortos, multiplicados mais de vinte vezes.
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