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Foto do escritorProfessor Seráfico

O cidadão e sua casa

Uma das melhores qualidades que o ser humano pode cultivar é a autocrítica. Como é salutar acompanhar a mudança operada na mente de pessoas que têm a coragem de seguir outro caminho, mesmo se antes revelaram opção diferente da que passaram a assumir! Grande exemplo desse amor ao próximo terá sido o de Dom Helder Câmara, na sua juventude simpático ao integralismo. Há muitos outros, talvez alguns que tomaram o grande sacerdote pernambucano como espelho. Recentemente, acompanho certas alterações no espírito e na mente de pessoas antes alinhadas no que o País tem de mais retrógrado e ameaçador.  Retrógrado pelo anacronismo revelado em suas opiniões e condutas; ameaçador, porque concorre para o fortalecimento dos setores de pensamento atrasados, bastiões do reacionário agressivo. Imagino que muita dessa mudança tem a ver com a crise climática que ameaça a sobrevivência do Planeta. Enfim, cresce o número dos que percebem, não sem certo atraso, que a Terra é nossa casa comum. Como imenso e imensurável barco, o desaparecimento do Planeta não poupará ninguém, quando chegar a hora do naufrágio. O mais egoísta sofrerá tanto quanto os demais terráqueos, como as catástrofes nos vêm revelando. Os que vivemos na ainda maior floresta tropical da Terra já sabemos a que destino nos estão levando as lideranças hostis à floresta  à fauna e, em geral, à natureza. As cidades próximas dessa floresta, como se cansadas e entediadas com a verdura que as cerca, sequer se aperceberam do processo de desertificação que transformou locais amenos e sadios, seja pela carência de arborização, quer pela poluição dos cursos d’água neles contidos. Disso vem a sugestão aos recém-eleitos vereadores. Criem uma lei que ofereça aos moradores, de forma coletiva, redução de taxas e impostos, de acordo com o resultado de projetos de arborização dos espaços da cidade. Os moradores de determinado quarteirão, por exemplo, receberiam o benefício, caso constatado o plantio e a manutenção de árvores diante de suas casas. Sem ser preciso, como de hábito, tornar moradores de uma determinada rua ou quarteirão, competidores entre si. Um jogo do ganha-ganha, não o jogo do ganha-perde costumeiro. A substituição da guerra por forma inteligente de colaboração. 

 

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