Creio enviesada a análise que vem sendo feita da próxima eleição presidencial. Saber se o eleito será o ex-Presidente ou seu opositor é o que menos deveria roubar o tempo dos analistas. Qualquer dos dois que chegue na frente não terá qualquer condição de responder às angústias nacionais. De Lula se pode prever crescente aproximação com os setores que o remeteram ao inferno político, penitenciário também. Os incontestáveis resultados positivos em vários setores, por ele conquistados, tiveram tímido impacto na sociedade. Vem daí a facilidade com que o governo, desde Temer, desmontou os benefícios alcançados. Isso é o que dizem levantamentos de variadas instituição de pesquisa, oficiais ou não. A rigor, apenas a tradução acadêmica e portanto numérica, do que testumunhamos nas ruas, em qualquer das unidades da Federação. Do outro lado, não se pode esperar senão a multiplicação das dificuldades, a destruição do que, em inexcedivel esforço criativo, ainda resta do que Lula deixou. Muito pouco, portanto, a atrair os interesses lesivos às populações vulneráveis. Aí, não se pode descartar, mais uma vez, cálculo que alguns imaginam impossível de ser formulado pelo capitão excluído das forças armadas. Os anos de exercício do (des) governo que entra no seu ocaso não permitem ilusão. Se eleito, Lula tentará recuperar muito do que a sociedade perdeu. Se o outro renovar o mandato que fingiu repudiar, ele se sentirá - não sem razão - autorizado a prosseguir na destruição sistemática dos serviços públicos, do prestígio do Brasil no cenário internacional, do que ainda pode restar de esperança no povo brasileiro. As quase 700 mil vidas perdidas pelas forças aliadas (vírus + ações e omissões governamentais) parecem pouco. Há quem se associe a esse propósito, como os instituos de pesquisa o têm revelado. Depois, contadas as sepulturas, os cúmplices inventarão novas mentiras. É isso o que os famintos e discriminados do Brasil desejam?
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