Leio que o atual Presidente do Tribunal Superior do Trabalho afirmou não terem sido entregues os resultados que a reforma trabalhista prometeu. O Ministro Lélio Bentes Corrêa quis dizer, com essas palavras, o que muitos estudiosos disseram, antes que o Congresso se acumplicia-se com os que têm afeição pela escravidão, desde que os escravizados não sejam eles mesmos. Nem era a primeira vez que se tentava promover a riqueza de uns poucos, em detrimento do interesse e da sobrevivência simples da grande maioria. As facilidades emprestadas ao capital e o desejo de manter e aprofundar a desigualdade que nosso sistema socioeconômico tem produzido falam mais alto. Não é à toa que se abrem com a maior facilidade os cofres públicos, quando se trata de atender os reclamos dos afortunados acumuladores de bens materiais. É igual a presteza com que se punem trabalhadores, consumidores e usuários, se iniciativas que se dizem privadas alegam sacrifício, se algum direito for dado aos que trabalham e consomem os bens que a dinheirama pública facilita produzir. O mercado, esse ente que se sabe ter endereços, cpfs e estabelecimentos aparentemente ocultos, utiliza-se de meios tantos quantos sejam necessários à imposição de sua fome voraz. Um desses expedientes maléficos assemelha-se à mais pura e deslavada chantagem. Qualquer novo benefício que alguém indique necessário levar ao trabalhador e ao consumidor logo gera protesto baseado em uma das muitas mentiras benéficas ao processo de acumulação imoral e criminosa. E, convenhamos, não se trata de alguma inovação, presente que está em nossa economia desde quando pretendemos tornar o Brasil uma nação próspera, porque dotada de todas as condições de realizar tal utopia. Foi assim quando se cogitou de abolir a escravatura. Assim foi, quando se estabeleceu o salário mínimo. Não foi diferente, no momento de criação do FGTS. Por que seria sensato esperar que a reforma trabalhista iria beneficiar o verdadeiro produtor de riquezas? Pior é não ser a insensatez a mãe desses aparentes equívocos. Como me disse certa vez o falecido economista, professor e deputado mineiro Celso Brandt: não há equívoco, aí. É tudo muito bem planejado. Se tudo se desmancha no ar, a maldade intrínseca que habita corações e mentes empenhados na produção e ampliação da desigualdade deveria desmanchar-se, também. Antes que falte o ar.
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