Ruy da Fonseca
Explica-se: não que fosse candidato, era eleitor. Gabava-se de que todo candidato que escolhia, ganhava a eleição; não jogava seu voto fora.
Na primeira eleição, orgulhoso com o seu título eleitoral, ganho com a maioridade, votou para presidente em Jânio Quadros. Um homem que vai varrer a corrupção no país vai vencer com toda a certeza, dizia. Acertou.
Passado o período da ditadura militar, simpatizou de cara com Fernando Collor de Mello. Um homem que dizia que cassaria todos os marajás e que iria colocar o Brasil nos eixos, tinha tudo pra ganhar. Acertou novamente.
Continuou acertando nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, inchava o peito e exclamava; “não jogo voto fora”.
Descontente com os escândalos de corrupção divulgados pela imprensa, Chico-como era conhecido-ficou em dúvida se votaria ou não no candidato Jair Bolsonaro que, até então não apresentava sucesso nas pesquisas eleitorais.
Disse que só votou nos últimos minutos para o encerramento da votação para poder ouvir opiniões. Decidido, cravou seu voto no Bolsonaro.
Não deu outra. Mais uma vez acertou.
Depois desta última eleição, ainda não falei com o Chico. Ele anda sumido!
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*Crônica selecionada pela Editora Flipoff, para integrar uma antologia a ser publicada em 2024.
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