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Nada mais que justiça

Oficializada quinta-feira passada, a anistia da ex-estudante torturada pelos agentes da ditadura Dilma Rousseff enseja oportunas considerações. Também leva à comparação relevante. Num certo sentido, a anistia à mulher que passou por vários estabelecimentos militares, sujeita ao tratamento perverso e desumano típico das ditaduras, fora concedida em 2010, pelo povo brasileiro. Sua chegada ao Palácio do Planalto, a primeira mulher brasileira eleita para a Presidência da República antecipa o título agora ratificado em caráter oficial pela comissão especial que trata do assunto. No primeiro momento, ela teve sua vida militante consagrada por milhões de brasileiros. No segundo, o reconhecimento dos seus méritos e sofrimentos pelos que têm o dever de recompor a realidade dos fatos ocorridos no infausto período de 21 anos. A decisão, unânime, inclui pedido formal de desculpas, de resto endereçado a quantos tenham sido perseguidos, agredidos, torturados e mortos pelos agentes da ditadura. Circunstâncias absolutamente avessas à anistia pretendida pelos que agora tentam validar os atos terroristas praticados com o propósito de restaurar os valores, métodos e práticas oprobriosas, característicos daquela vergonhosa fase de nossa História. Não se trata de um favor prestado à cidadã Dilma Rousseff, porque o significado da decisão afeta toda a sociedade brasileira, em especial aqueles de seus cidadãos que não foram à porta dos quartéis, mendigando o retorno da ditadura. Ou tentaram explodir um caminhão, às proximidades do aeroporto de Brasília. Ou invadiram a sede dos poderes republicanos, promovendo o quebra-quebra com que os terroristas pensaram rasgar a Constituição, substituir o Estado Democrático de Direito, assassinar ae - quem nos pode dizer o contrário? - matar, no mínimo, cerca de 30.000 brasileiros. Os fatos constantes dos autos o dizem melhor.

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