Na mosca

Dos mais lúcidos e sensatos os comentários de Jeferson Miola, sobre o depoimento do Presidente no STF. em relação à covid-19, no sítio Vi o Mundo. O articulista interpreta a desobediência do Presidente da República como estratégia a serviço dos interesses do ex-capitão, em nada destoante das práticas a que ele se tem entregado, não é de hoje. A desordem, a lambança e o caos são tudo de quanto ele se vale, sempre que o sapato lhe aperta o pé. A recusa em cumprir a determinação do.Ministro Alexandre Moraes não é inédita. Todos já perceberam a crescente dificuldade da reeleição do ex-capitão. Menos pelo que revelam os números de sucessivas pesquisas de preferência eleitoral, mas pelas razões que levam a esses resultados. Nem são apenas as trágicas consequências da ação e omissão cuidadosamente planejadas e administradas no enfrentamento da pandemia que acendem a luz vermelha. Aos mortos pela covid-19, mais de 620 mil, juntam-se as milhões de famílias devolvidas ao território da fome. Tudo isso, e muito mais, concorre para o desespero do Presidente. Ele, mais do que qualquer outro brasileiro, sabe do que o espera mal descida a rampa do Planalto. Num certo sentido, sua desobediência incide em crime de responsabilidade. Segundo Jeferson Miola, pode chegar o momento em que a lira do Presidente da Câmara acompanhará o fogo do impeachment, pretexto desejado pelos que pretendem estabelecer o caos no País. Sem um jipe e um cabo, o ex-capitão na prática tece com sua desobediência o produto desejado. Conta que as milícias, qualquer o traje que cobre seus integrantes, se encarregarão de mantê-lo no poder. Alternativa razoável seria, mantida a recusa dos eleitores em reelegê-lo, renunciar à candidatura, para disputar um cargo no Congresso. Como está difícil ludibriar o Poder Judiciário, um mandato federal cairia bem. Afinal, é impunidade o que ele busca. Habeas corpus, só com o devido processo legal. Mandato é mais fácil de conquistar. Há quem aposte em alternativa diferente, agressiva em grau maior à Constituição. E quem por ela trabalhe. Máscaras que não protegem contra a pandemia cairiam.