Otimista incorrigível, não passa pela minha cabeça fazer a correção. O que ainda resta de esperança em mim, aproveito para seguir o conselho de velho professor de Direito Penal, o líder católico paraense Aldebaro Cavaleiro de Macedo Klautau. Dizia ele, arraigado aos dogmas nos quais acreditava, a mais reles prostituta traz dentro de si um oásis de honra. Mestre Aldebaro falava do crime de estupro e da possibilidade de uma meretriz (como se chamava à época) ser vítima dele. Se a linguagem do professor traduzia sua maneira de ver as coisas e os preconceitos nela embutidos, também continha o amor ao próximo exigido (nem sempre praticado) pelos católicos que há no Mundo. À dignidade da pessoa humana é que Aldebaro se referia. A cumplicidade da cúpula das Forças Armadas à decisão que estimula a anarquia e a indisciplina nos quartéis resgatou do fundo da minha memória a aula de Direito Penal, nos idos dos anos 1960. Em razão disso, emergem de dentro de mim indagações que um dia espero ver respondidas com clareza: como se sentirão os militares que não admitem qualquer desrespeito aos regulamentos de suas respectivas instituições? Como mante o discurso de disciplina e hierarquia, quando patentes do mais alto posto do Exército admitem apoiar a ofensa a dispositivo regulamentar? Finalmente: a quem as Forças Armadas, por qualquer das organizações assim consideradas, devem obediência - ao Presidente da República ou à República? Porque sou otimista, espero morrer depois de ter claras as respostas.
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só o fato de considerar a prostituta um ser inferior, já invalida o pensamento