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Mumificação

A presença de Lula, o Tripresidente eleito, na COP- 27 e, logo em seguida, na reunião do G-20, tem conteúdo que extrapola aquele que a maioria dos comentaristas faz questão de destacar. Não que seja desimportante aproveitar as oportunidades que se abrem para o País, sem dúvida alvissareiras, do ponto de vista pragmático. É importantíssimo que sejam intensificadas as relações do Brasil com os países com os quais mantém relações comerciais, culturais e de outra ordem. Uma forma de pragmatismo certa vez louvada pelo general Ernesto Geisel, que chegou a lembrar que países não têm amigos, mas interesses. Embora discordando da prevalência de valores monetários sobre os decorrentes de laços afetivos e sentimentos, descemos tanto como nação, que esse balanço ignóbil passou a prevalecer. É uma realidade, e porque ela existe, acrescentam-se outros resultados aos que Lula já vem colhendo no Egito. Tratado como chefe de governo, antes mesmo de se reinstalar no Planalto, o Presidente eleito não tem chegado para quantos o procuram. Não para cobrar dele a proteção contra as autoridades policiais ou judiciárias, mas para revelar quanto o Mundo se sente menos ameaçado com a iminente troca a se operar na vida política, nacional e mundial. Não deram ao Tripresidente brasileiro um aposento de hotel, tanto sabiam da afluência de grande número de líderes ao local em que ele se acomodaria, nessa visita ao País dos faraós. Instalado em uma casa, é lá que ele vem recebendo as autoridades, antes de participar oficialmente dos trabalhos da COP-27. Certamente, nada disso é fruto da elegância pessoal do visitante, muito menos de adesão à necropolítica que comove e move muitos de deus detratores, aqui e alhures. Mandatário por dois períodos, Lula e os brasileiros viram crescerem o prestígio e o respeito granjeados pelo Brasil no concerto internacional. Ao ponto de tornar-se referência, sobretudo quando o assunto em debate tem a ver com o clima do Planeta. Neste caso, os amazônidas hão de perceber as vantagens e os benefícios que essa circunstância atrai, a despeito dos esforços premeditados de destruição do ecossistema do qual depende o clima da Terra. Fica mais fácil, diante de tudo o quanto vimos assistindo, sobretudo depois de 30 de outubro, entender as razões pelas quais Lula não se vê como um faraó e como, mesmo estando próximo das pirâmides, nada tem de múmia. Muitos dos que ficaram e estão distantes do Cairo já estão mumificados, antes mesmo de morrer. Como acontecerá a todos nós, diz um deles.

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