Mulheres advogadas

Tem maior importância do que uma percepção enviesada pode admitir, a eleição de uma mulher para presidir a OAB-SP. A seccional paulista obedece a representação paritária (igual número de advogados homens e mulheres, nas chapas concorrentes), sendo a que tem mais filiados, em todo o País. Em recente entrevista ao jornalista Mário Sérgio Conti, Patrícia Vanzollini deixou evidente seu compromisso com as melhores causas em defesa do povo. A nova Presidente da OAB paulista considera gravíssimo o uso de fake-news na política, ao mesmo tempo em que desacredita da possibilidade de um golpe nos moldes que chamou tradicionais. Criminalista, a neta do autor de Ronda e Samba Erudito destacou o papel da entidade na sociedade brasileira. Mostrou-se, também, hostil à mentira divulgada abundantemente na política. Fluente como a maioria dos advogados do tempo em que não se consideravam meros operadores do Direito, a entrevistada informou preferir ser tratada por Presidente, não com o qualificativo adotado pela ex-Presidente Dilma Rousseff. Solicitada a definir-se politicamente, a Presidente da OAB-SP evitou dizer o lado em que pode ser contada, esquerda ou direita. Sua atual posição, como líder de 350 mil advogados, dentre os quais há profissionais de ideologia diversificada, justifica conduta obediente ao Estado Democrático de Direito. Por isso, de onde partir a ofensa à democracia, terá o órgão a combate-la. Outras seccionais devem acompanhar atentamente a atuação da Presidente da OAB-SP. De lá pode vir o exemplo que devolverá à entidade nacional a posição que um dia desfrutou no cenário do País