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Mitologia e personalidades

Sem narrativas não se faz História. Inexistiria a historiografia, se nada houvesse a ser contado, segundo após segundo, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia, mês após mês, ano após ano, século após século. Se todo ato humano faz História, da sucessão das ações humanas resulta a narrativa que a História (o elemento substancial) feita relato, narrativa portanto, traz ao nosso conhecimento. Está essa narrativa sujeita, pois, a toda sorte de alteração, ao longo do tempo em que permanecerá na memória dos pósteros. Como são contadas as vidas e os feitos de cada geração tenta a todo instante reconstruir e reconstituir a trajetória humana no Planeta. Cada nova descoberta empresta significado próprio a um fato e entretém o interesse dos que se vão sucedendo. Sabe-se quanto tem pesado no conhecimento e na ação dos seres humanos o papel dos que os antecederam, desde que o primeiro deles se terá erguido e, sobre duas pernas, desvendou terras novas e observou o ambiente em que se movimentava. Desde a criação de Deus, a satisfação de uma necessidade intangível, haviam se ser tentadas respostas a qualquer pergunta irrespondível. A criação de mitos nada mais é que a busca incessante de explicação para fenômenos de que ainda não reunimos conhecimento satisfatório. Zeus, Sísifo, Hércules, Marte, Édipo, Prometeu estão dentre os mais conhecidos mitos da Antiguidade. Através do que foi dito e se tem dito ainda hoje deles, vai-se entendendo a realidade com a qual convivemos. Sem eliminar oi surgimento de outras figuras mitológicas, em geral diferenciadas dos de seu tempo, seja para o bem, seja para o mal. Os há construídos sobre base agressiva à civilização, como os há dotados de qualidades tão reverenciadas quanto menos sejam encontradas no ambiente social contemporâneo. Não faz ainda um século, exemplar do primeiro tipo desses mitos, um revolucionário como outro o fora no ano 33 de nosso tempo, um argentino tornado cubano e cidadão do Mundo ganhou espaço na Mitologia. Se essa não era sua intenção, seu propósito e seu compromisso com a humanidade o guindaram à posição. Outros, em várias outras dimensões do espaço humano, destacaram-se e se destacam, alcançando patamar mitológico igualmente reverenciado. Não por acaso, os jogos inaugurados na Grécia Antiga oferecem hoje alguma contribuição a essa galeria que não cessa de construir-se. Desta feita, é da pátria do corcunda e de Pantagruel e Gangântua, nos pódios desportivos, que emergem para a Mitologia atletas cujos dons e dotes naturais e aprendidos os tornam diferentes. Refiro-me, em especial, a Simone Biles e Rebeca Andrade. A brasileira passou a integrar o Olimpo que um dia incluiu Maria Esther Bueno, Édson Arantes do Nascimento, Garrincha, Airton Sena. É mais um mito que se revela. Quantos outros virão? Pelo menos, nessa linhagem distante de palácios e gabinetes...

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