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Menos que isso

Maquiavélica, safada, bem ao gosto da direita brasileira, a solução dada pelo governo de São Paulo aos baixos salários pagos aos professores estaduais não pode passar em branco. Nem ser usada para desviar as atenções, quando vários setores políticos e econômicos tentam criar ou agravar os conflitos interinstitucionais que envolvem os poderes republicanos. Uma coisa - a crise institucional - e a outra - a atribuição de penduricalhos à remuneração dos professores paulistas - apenas comprovam o que se tem dito a respeito dos interesses e das intenções do governador Tarcísio de Freitas. E, sejamos justos, dos que compartilham com ele um ideário de nenhuma forma relacionado à redução da desigualdade e à promoção do bem da coletividade. Candidatíssimo da direita, o ex-ministro sabe, porque de lá procede, quais os interesses que movem muitos de seus correligionários. Nem é suficientemente imbecil para ignorar o papel que desempenha, dadas as circunstâncias que cercam a vida política de seu patrão. Uma espécie de tampão, ocupado em preencher o espaço aberto à custa de ações criminosas e antirrepublicanas, a que não faltaram fake-news e toda sorte de ilicitudes. Caso alcance a posição cobiçada - a Presidência da República, tanto quanto qualquer brasileiro no uso e gozo de suas faculdades mentais e intelectuais, o governador paulista logo será picado pela mosca azul. A pretensão a fazer-se reeleger, não fugindo à regra brasileira, pôlo-á na alça de mira do ex-patrão. Nada que surpreenda, pois é desse jogo mesquinho que se tem feito a política brasileira, a ponto de inimigos ostensivos e declarados da democracia dela se beneficiarem para depois tentar golpea-la. Assim, os riscos contra a democracia perderão algo de sua força, se o eleitorado paulista impedir derrotar Ricardo Nunes. E a grande maioria dos candidatos que o oportunista de direita do Palácio dos Bandeirantes apoia.

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