Foi oficializada na manhã do último sábado a candidatura do cidadão Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Considerada por muitos dos apoiadores atrasada, a oficialização da chapa em que Geraldo Alkmin aparece como vice, tem muito pouco de inovadora. É cedo para dar razão aos que indicavam certa hesitação em Lula. A reconhecida percepção política e a enorme (ponham enorme, nisso!) flexibilidade dele no trato dos assuntos que lhe interessam autoriza manter em suspenso qualquer julgamento sobre o acerto ou erro da demora. A presença de um político sabidamente conservador e com relações mais que suspeitas com a Opus Dei não traz qualquer novidade, a não ser quanto às bases da aliança que levou o ex-governador de São Paulo para o PSB. Antes, José Alencar, sem qualquer vínculo ou suspeita de com organização de tão negativo conceito, incluía-se dentre o empresariado contra o qual Lula dizia lutar, em sua vida de líder sindical. O fato está posto, pertençamos ou não - incluo-me dentre estes - aos defensores fanatizados do candidato do Partido dos Trabalhadores. Lula ganhou o direito de disputar as eleições, não por favor de algum magistrado só, nem pelas graças de um combo de juízes, investigadores, promotores de (in)Justiça e (desin) formadores de opinião. Por isso, pode repetir algumas de suas façanhas, ainda que baixa a tolerância da maioria dos eleitores pela eventual reedição da Carta ao Povo Brasileiro. Sobretudo porque, tecida após três tentativas logradas de chegar ao Planalto, Lula viu nela e na aproximação com os donos do País a única oportunidade de subir a rampa. Deu no que se sabe. As conquistas dos governos dele e de sua sucessora não resistiram e se tornaram letra morta. Foi fácil desmontar uma a uma das políticas benéficas aos mais pobres. A realidade e os números, mesmo oficiais, dizem dela melhor do que eu diria. Lula agora não tenta chegar ao Planalto movido pelo apetite que três derrotas eleitorais sucessivas alimentaram. Deseja, desta vez, recuperar o que pode ser a última oportunidade de desmanchar o retrato que dele um juiz considerado parcial - desonesto, portanto - e seus liderados impingiram à nação. Com algum êxito, não fosse o que resta de dignidade no Poder Judiciário ter determinado. Seu opositor, arisco a todo e qualquer debate que exclua a mentira, a ignorância e a violência, sente-se prejudicado. Esperto, na impossibilidade de usar de inteligência de que é falto, sabe o que pode esperar do Judiciário, não disponha das armas com que sempre se saiu das enrascadas de que sua vida é pródiga. Se um luta por desmanchar a imagem conspurcada, o outro deseja evitar as barras que todo praticante de delinquências um dia há-de enfrentar. Mariscos fazem mal não apenas aos intestinos. Curioso é observar certa tendência de os maiores beneficiários dos governos de Lula e Dilma, como os Odebrecht, JBS et caterva não se terem pronunciado, se é que não o têm feito, à socapa e à sorrelfa. Nem precisam deixar muito claro, até porque sempre haverá o dia seguinte...
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