Maldade não tem limite
- Professor Seráfico
- 13 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
O auxílio-eleição, com que o Presidente da República pretende tirar proveito da humilhação imposta aos famintos do País, não vem só. Está no seu DNA o código que ajuda a interpretá-lo em todas as nuances. Feito para viger até 31 de dezembro, deixa a descoberto a má intenção que lhe é inerente. Mais grave ainda, a elevação do teto do desconto resultante dos empréstimos consignados aos beneficiários dessa versão falsificada do bolsa-família. Não precisa ser especialista em Economia, nem mesmo em Econometria tal como preferida por muitos, para fazer as contas. A esmola, menor que o salário-mínimo, é o preço tabelado dos votos com que alguns contam certa a reeleição. Mais uma vez, a fome de grande parte favorecendo o enriquecimento de ínfima minoria. A ampliação do teto para 40% quer dizer que o suposto beneficiário pode comprometer esse ganho em até R$ 240,00, a serem pagos em prestações mensais. Com juros de 5% ao mês, ao final do ano a vítima do golpe terá pago R$ R$ 48,00, só de juros. Somados ao principal, o desconto mensal será de R$ 60,00 (10% do valor da esmola), com o que a vítima do golpe receberá apenas R$ 540 líquidos. Isso, se o consignado tiver que ser pago até o fim do ano, dezembro. Se for contraído com pagamento em maior número de parcelas, nem terá onde o consignar, diante do prazo de vigência da lei. Aí, então, passará a integrar - se é que já não a integra - a extensa lista dos endividados. Quem ganha com isso? Só os bobos não sabem. Os rentistas, que têm dinheiro sobrando e não o querem ver ocioso, sem render. Afinal, pobre só dá prejuízo, já disse o sinistro Paulo Guedes. Dizer-se que esse acólito do Presidente não tem poder é coisa de quem pouco entende dos assuntos: poder e dinheiro.
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