Os resultados do primeiro turno das eleições parlamentares na França começam a provocar comentários nos media. O maior destaque é dado ao desempenho da ultradireita liderada por Marine Pen. Mais de um terço dos eleitores concedeu 34% dos votos à RN, pondo em risco a governabilidade do Presidente própria Emmanoel Macron. O segundo ponto mais destacado foi o comparecimento às seções eleitorais, 65%, considerado um percentual recordista. O previsto crescimento da Reunião Nacional ocorreu, mas isso não assegura de antemão a subida da extrema direita ao poder. Deixa causa embaraços, porém, para o Chefe de estado francês, reconhecidamente sem condições de obter a maioria absoluta necessária. Se ele esperava que logo no primeiro turno a esquerda francesa iria facilitar-lhe as coisas, enganou-se. Assim como se prova flagrante equívoco ter convocado eleições de que sai, pelo menos neste turno, derrotado pela direita e pela esquerda, ao mesmo tempo. Ambas as correntes obtiveram votação maior que a dos que se dizem centristas. Agora, Macron depende do apoio que se vê obrigado a pedir à esquerda, embora tente amenizar suas dificuldades referindo-se aos candidatos "republicanos e democráticos". Ainda não é hora de mencionar que só a esquerda (dita assim mesmo) pode vir em seu socorro. Considerado centrista, o Presidente haverá de considerar a qual das duas correntes deve aliar-se, para não deixar irem os dedos junto com os anéis. Setores de seu partido, o Juntos, dão mostras de que criarão dificuldades para sua aproximação com as esquerdas. Fosse no Brasil, logo saberíamos a quem os autodenominados centristas recorreriam, para manter-se no poder. O eufemismo, entre nós, já não causa qualquer surpresa. Lá, porém, manda a História que se observem certas condutas diferentes, ainda que nem sempre seja fácil explicá-las. O presidente do RN, Jordan Bardella, e o fundador do movimento França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que tem 3 vezes a idade do outro, jogarão papel importante no segundo turno das eleições. Mélenchon exortou seus correligionários a negarem uma nova cadeira sequer à ultradireita. E pediu que correligionários fortaleçam a resistência ao crescimento da RN. Os candidatos colocados em segundo e terceiros lugares recebem das lideranças o apelo para renunciar, fortalecendo o primeiro colocado. Isso, calculam as lideranças das esquerdas, obstará a eleição de representantes da extrema direita.
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