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Lição aprendida, lição seguida

Democracia que merece este nome não criminaliza a expressão da opinião, tanto quanto não torna secretos os assuntos de Estado. A não ser em defesa da segurança de todos e o respeito à honra dos cidadãos, colocar uma pedra (às vezes secular) em questões diretamente ligadas à vida das comunidades constitui-se - ai sim, delito dos mais graves. Ouvir e seguir incitação à prática de delitos, todavia, é ação diferente do uso da palavra para defender teses e opiniões, especialmente quando não se o faz ao arrepio das Leis. Mais, ainda, quando é a lei maior o objeto da agressão. Por isso, não é de admirar a conduta do empresário paraense acusado de planejar atentado terrorista na capital da república. Estimulado, prestigiado e incitado pela otoridade ainda alojada no posto mais alto do Poder Executivo, o homem de negócios (e o quê mais?) residente em Brasília acumula em sua casa arsenal que, sabe qualquer pessoa sensata, não poderia ter destino diferente. George sei lá do que pretendia usá-lo para a mais plausível ação praticada com armas, ou seja, matar quanto lhe desse na veneta eliminar os desafetos. O resultado das eleições de outubro não poderia ser aceito por quem professa os valores e segue lideranças nada afeiçoadas à democracia, ainda mais quando premiado com a possibilidade de montar seu arsenal privado. Em iguais dimensões dos que dispõem de supostos vínculos com clubes de caça e tiro desportivo. Aqueles dedicados ao aprendizado e aperfeiçoamento da trágica arte de matar, lição confessadamente e, segundo ele mesmo, exclusivamente aprendida, em seus tempos de juventude. Deu no que dá, embora o guia dessa grei devotada ao cometimento das mais variadas formas de delinquência teve sua tentativa conhecida, faz décadas, tolerada e, afinal premiada pelos próprios colegas que o viram ser excluído das fileiras das forças legais do país. Que outra coisa podem os brasileiros esperar de quem se confessa amante da morte, facilita os cidadãos à aquisição dos instrumentos mais aptos à concretização desse resultado, rende permanente homenagem e reverência aos que a ele aderem e sem cerimônia protege os que cometem atos delinquentes? Gente dessa estirpe, do guia aos mais endinheirado de seus seguidores, das milícias que o cercam aos que aplaudem seus atos infratores, todos parecem desejar a criação entre nós de um governo teocrático-miliciano, novas versões do talibã e da Al Kaeda. Bin Laden talvez se surpreenderia com ver-se ultrapassado. E Papa Duvalier, do Haiti, se encheria de glória e orgulho, ao constatar a lição aprendida na que se diz uma das três maiores democracias do Planeta.Liçã

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