Cada tempo tem suas tipicidades. Nem o vocabulário usado escapa a esse fenômeno, consistente neste caso na troca de nomes atribuídos a profissões, pessoas ou práticas. Até a noite do último domingo, para mim isso era apenas uma leve suspeita. Suspeita crescente, diante do alastramento do fenômeno que se espalha por quase todas as atividades. E envolve desde gente instalada em poderosos gabinetes até os rincões deste país-continente. Assistindo ao programa Documentário, que a GloboNews apresenta semanalmente, o que eu apenas supunha revela-se dolorosa realidade. Foi lá que vi Daniel, conhecido traficante de animais silvestres, confessar seu histórico nessa atividade criminosa. Que ele, sem rodeios e sem poder ocultar a veracidade das denúncias, chama hobby. Desde os 12 anos de idade, confessou ele, entrega-se a esse tipo de crime. São decorridos 23 anos que Daniel entrou nesse ramo de negócio, para tanto tendo frequentado curso de manejo de répteis, no interior de São Paulo. Trata-se, portanto, de um profissional com tanta experiência quanto outros, há muito tempo dedicados ao desvio de recursos públicos, em prática hoje intitulada rachadinhas. Neste, como em tantos outros casos que as autoridades, quando não envolvidas diretamente, fingem ignorar, há nome bem conhecido - CORRUPÇÃO. Esclareça-se ter sido momento marcante na carreira delinquente desse Daniel o confronto com os órgãos de investigação e repressão, talvez a única diferença dele em relação aos outros. Os que não sujam as mãos com os animais capturados ainda não foram postos na arena, nem enfrentaram sequer um pequeno felino. Mesmo os coliseus penitenciários ainda aguardam sua chegada lá. Até quando, não se sabe.
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