Registros oficiais informam ter o Brasil mais de cem mil crianças entre 8 e 14 anos inseridas no mercado de trabalho. Em linguagem mais clara: são exploradas no trabalho infantil. Nada incoerente, porém, com os valores aos quais são fiéis os simpatizantes das teses e lutas da direita, mesmo a que se quer passar por moderada. A ocorrência do trabalho infantil não destoa do quadro geral em que se insere, se levarmos em conta outros registros, que vão desde a exploração do trabalho escravo até a tentativa de fazer de estupradores pessoas benéficas à sociedade. Não nos admiremos, portanto, se a Câmara dos Deputados for levada a fazer muito além do anunciado. Por enquanto, se sabe que tramita naquela casa parlamentar (pra lamentar?) projeto que reduz a idade para ingresso no mercado do trabalho. Não surpreenderá, igualmente, a reiteração de conhecida hipocrisia, com o uso de expressões correntes para esconder também reiterados e inconfessáveis objetivos. Trata-se, neste caso, de reduzir o número dos sem-sem (sem escola-sem emprego), deixando-os "apenas" sem escola. Quando a vergonha é definitivamente perdida, sempre haverá um pastor, como um tal Valadão, a aconselhar que as famílias não mandem seus filhos à escola. Nem isso, porém, nos causará perplexidade, quando na Câmara dos Deputados for protocolado Projeto de Lei que torne obrigatório impedir as crianças de ir à escola. Até porque, alcançado esse objetivo, não será necessário queimar livros. Esse é o caminho que estamos trilhando, esse um dos maiores sonhos da direita. Aqui e alhures.
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