Comove parte do Mundo o assassinato de um (mais um) preto, nas ruas de Menphis. Tão repetitivo quanto os ataques a grupos de pessoas e a morte de muitas delas, o homicídio praticado contra um preto naquele país, desta vez chama a atenção apenas pelas circunstâncias. Dia 5 de janeiro, o assassinado não cometera mais que uma simples infração de trânsito. Não portava arma, nem resistiu à abordagem de seus matadores. Estes eram cinco, todos pretos como sua vítima. Difícil, portanto, admitir racismo como a motivação do crime. Mais que pretos, os que mataram Tyre Nichols são policiais. As polícias, como se sabe não matam apenas nas ruas dos Estados Unidos da América do Norte. Talvez não tanto quanto lá e nas ruas de um outro país que faz tudo para imitar os costumes da nação mais belicosa do Planeta. Chamamo-lo Brasil. Aqui, inventou-se até uma expressão zombeteira, para classificar os mortos pelos projéteis que saem das armas usadas pelos policiais e os bandidos que eles dizem combater. Balas perdidas é o nome dado a essa causa mortis, sem que a perda de uma vida humana seja respeitada. Essas peculiaridades deveriam fazer-nos refletir sobre a qualidade das instituições e os valores que orientam e sustentam o desempenho (em geral desviado) de seus agentes. Quem trabalha com saúde mental e suas relações com o trabalho menciona efeitos adoecedores típicos de algumas organizações. Amitai Etizioni, em interessante trabalho sobre organizações modernas, fala de organizações utilitárias, normativas e autoritárias ou coercitivas. Neste último grupo estariam os manicômios, as polícias e as forças armadas. Não chegou a hora de ir a fundo nas questões que as envolvem - aqui e onde quer que agentes armados pelo estado matem aqueles que deveriam proteger? A alegação usada para justificar a violência: Nichols dirigia na contramão. Estará na mão da História o policial que mata o cidadão?
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