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Inferno e Paraíso

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico
Um comentarista de nome bizarro (Prisco Paraíso; SCC SBT, YouTube) tenta explicar as razões de estar a Igreja perdendo espaço em relação ao crescimento das várias denominações ditas evangélicas . Ao longo da pregação mais que análise, a não declarada intenção de justificar e legitimar as mais recentes agressões sofridas pela Igreja e seus sacerdotes. Se a intenção da pretensa análise fosse a de entender as hostilidades de que os pregadores, desde o Papa Francisco, são alvo, as palavras de Prisco nem precisariam remeter-nos às que se chamam priscas eras. Seria suficiente abordar os fundamentos, os valores, práticas e propósitos que animam as seitas vinculadas à Teologia da Prosperidade. Isso em nenhum momento é feito, levando a que não haja a mínima referência ao distanciamento à conduta desse cristianismo enviesado, uma estranha espécie de cristianismo sem e apesar de Cristo, daquele professado por Lutero e outros expoentes da Reforma. Há, porém, uma utilidade na prédica do Paraíso, não o explicado pelos textos religiosos, mas o não explicitado no comentário: muito do que temos testemunhado decorre da leniência com que as autoridades públicas tratam certos setores da sociedade e da generosidade inadmissível com que a Igreja católica e suas co-irmãs criadas por Martin Lutero encaram a conduta dos supostos agentes pastorais empenhados no exorcismo de demônios que só eles vêem e na arrecadação de seus postos de extorsão imposta aos fiéis ingênuos, ameaçados com o fogo do inferno sempre rememorado. A omissão da autoridade é patente, se considerada a prática comum desses estabelecimentos arrecadadores. Ligeira visita ao código penal e interpretação elementar da doutrina jurídica levarão à constatação de que o enriquecimento material dos agentes da arrecadação resulta da forte e irresistível coação psicológica a que são submetidos os frequentadores desses espetáculos medievais. Assim sendo, há muito o que cobrar do Ministério Público, ao qual cabe a representação dos interesses coletivos. A conduta da Igreja e das profissões de fé resultantes da Reforma também contribui para o crescimento das "redes de franquia religiosa". Fosse maior e mais vigorosa a reação aos chutes dados por um - permitam-me a licença nada poética - agente pastoral de uma dessas seitas simuladoras de cristianismo, talvez muitos dos incautos que garantem o bom passadio e a vida de fausto de espertos (ponham esperteza nisso!) pastores, já tivessem voltado a Cristo. Um reencontro entre o ser humano de boa vontade e Jesus de Nazaré.

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