Alguns de meus poucos leitores acham-me exagerado, ao afirmar que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia põe em confronto duas ditaduras. Diferentes na motivação, mas semelhantes em seus resultados. Uma, representada pelos Estados Unidos da América do Norte e seus paus-mandados (a Ucrânia dentre eles), tem na força do dinheiro sua base; a outra, sustentada pela poderosa máquina de guerra, as armas. Gostaria de dar razão aos que contestam meu juízo e continuam louvando a nação hoje comandada por Joe Biden, como uma democracia exemplar. Nada mais mentiroso! Agora, chegam-me dois textos capazes de fortalecer a hipótese a que me apego, não obstante desejar sinceramente estar errado. O primeiro desses textos é de Chris Hedges, O novo e sofisticado marcarthismo. Nele se vê claramente como republicanos e democratas se parecem, não bastasse sabê-los mais que tudo fiéis ao valor que orienta todo e qualquer grupo instalado na Casa Branca - o dólar, o dinheiro, que Basílio da Capadócia nos primeiros séculos d.C. considerava o esterco da sociedade. Isso tem levado à permanente perseguição dos trabalhadores, à crise econômica recorrente em que vive aquela nação e a emergência ecológica de que ninguém mais tem o direito de dizer-se ignorante. Hedges também lembra os fiascos militares no Oriente Médio, nem sendo preciso rememorar o Vietnam e a vergonha imposta por aquela população pobre à maior máquina de guerra de então. Hoje, o autor do artigo dá nome aos bois, especialmente citando alguns dos que o stablishiment mantém sob censura - Noham Chomsky e Cornel West. Nem mesmo esquece de mencionar Scott Ritter, ex-inspetor da ONU, que desmontou as falsas alegações de que o Iraque desenvolvia armas biológicas. Aqui, pode-se ter uma ideia, mínima que seja, dos riscos a que a censura pode levar toda a sociedade humana. Não é à toa, portanto, que governos incapazes de trabalhar em proveito da sociedade, valem-se do acobertamento dos fatos e do desejo de apagar a História, Às vezes, tocando o silêncio parta sucessivas gerações. Isso não é tudo, porém. A chegada ao Brasil, ontem, da Subsecretária de Estado dos Estados Unidos da América do Norte, Victoria Nuland agrava a crise generalizada por que passamos. A autoridade coordenou o golpe de estado na Ucrânia, em 2014. Ao custo de U$ 5 bilhões, a Ucrânia já separada da Rússia pelo desfazimento da URSS passou ao jugo norte-americano. Sob o lema vamos estrepar (para manter a decência não traduzo literalmente o verbo to fuck) a União Europeia, como o vazamento de mensagem permitiu ao Mundo conhecer. Isso está no segundo texto, em que César Benjamin comenta a chegada de Nuland (em si mesmo, um nome cheio de simbolismo), antes declarando em comissão do Congresso norte-americano a existência de laboratórios de seu país instalados na Ucrânia. Na mesma ocasião, a sub-Secretária confirmou a ajuda financeira de seu governo ao batalhão - depois regimento - Azov, onde se instala poderosa força nazista. Se tudo isso nada tem a ver com ditadura, melhor será rasgar todos os livros que trataram de Política, desde Platão até os que o sucederam.
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A realidade dos fatos escancara um nível de repressão interno na Rússia, beirando a intolerância. Mas isso é café pequeno perto da ditadura a nível mundial imposta pelos EUA, que internamente permitem que todas as correntes de pensamento exponham suas entranhas, inclusive as correntes racistas, o que é lamentável, pois perpetua, geração após geração, um nível de violência assustador contra as minorias étnicas.
A nível mundial os EUA destroem nações e culturas, derrubam governos, apropriam-se, à força, de recursos naturais.
A última foi com as Ilhas Salomão, na Oceania, onde advertiram o governo local acerca dos tratados de cooperação firmados com a China, afirmando que não permitirão que a CHina finque os pés na região.
Portanto, professor, sua comparação não…