Catarina Rochamonte, Presidente do Instituto Liberal do Nordeste-INL escreve semanalmente para a Folha de São Paulo. Imagino com que sacrifício se esforça para desfazer a imagem típica do liberalismo à brasileira que logrou construir, dentre seus leitores, pelo menos. Não faz muito tempo, listava-se dentre os apoiadores da política de destruição do Brasil, a proteção social da maioria do povo na cabeça, empreendida pelo atusl (des)governo. Nada destoante do ideário dos que se dizem liberais e conservadores, não importa a contradição em que isso consiste. Agora, quando o barco só tem como defensa a pureza conhecida e reconhecida dos membros do centrão, Catarina faz pose de isentona. (quase o teclado me trai e registra insetona). Importa-lhe, maisque tudom, manter-se à tona. O título de seu artigo de ontem, Implosão bolsonarista e engodo neolulista, soa a certidão de óbito - do pensamento dela e do (des)governo a que emprestou entusiástico apoio. Não há lugar mais confortável para os liberais brasileiros que o muro. De cima, é mais fácil perceber o movimento volúvel da biruta. (Para quem não sabe, se o há, esse é o nome do instrumento que nos permite conhecer a direção dos ventos). Para a Presidente do INL, o embate se coloca entre a mentira que chega ao fim e o engodo neolulista. No PT e seu eterno xerife, estaria belo exemplo de explosão. Causado, sobretudo, pelo voluntarismo e autoritarismo do líder que reprimiu o surgimento de alternativa originária das elites, a que Élio Gaspari chama andar de cima. Implosão seria o que ocorre com o bolsonarismo, admitindo-se que isso exista para além do fanatismo dos liderados por um ex-militar excluído (eufemismo, nada mais) do Exército por mau comportamento. Este, uma pessoa acuada, errática, desatinada, impotente, como escreveu a Presidente do Instituto Liberal do Nordeste. O nome dessa autoridade, em si mesmo simbólico, evidencia a liquidez dos nossos tempos, conforme o constatou Sigmunt Bauman. Nem as rochas, nem os montes estejam onde estiverem conseguem estancar os processos históricos. Poucos os que percebem a dissolução do que se pensa sólido, condenando os conservadores à constatação - às vezes extemporânea - de que pouco há a conservar. A desigualdade, a escravidão, o autoritarismo, os preconceitos acabam sendo os objetos desse esforço hercúleo de conservação.
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