Os trabalhos da CPI da covid-19 chegam ao fim com o aplauso do sempre sereno e comedido comentário do jornalista Fernando Gabeira. O autor de Que é isso, companheiro? não deixa por menos. Ela terá sido a mais importante de quantas CPIs se tenham criado, instalado e feito funcionar, no Congresso Nacional. Desnecessário lembrar que o conceito do ex-terrorista não encontra apoio unânime, entre seus companheiros e na sociedade. Interesses diferentes, juízos idem. A maioria dos que realmente desejam um País melhor e recusam qualquer forma de mentira concorda com Gabeira. O que vem a seguir passa a atrair a atenção dos brasileiros, enquanto a boiada passa e o observatório da pandemia não começa a funcionar. A criação dessa instância já foi anunciada pelo vice-Presidente da CPI Randolphe Rodrigues, em recente entrevista. Outro ponto de atração será, então, o gabinete de Augusto Aras, cujo dever funcional autoriza todo e qualquer cidadão brasileiro dele exigir o estrito e rigoroso cumprimento das determinações constitucionais. Talvez não seja tão fácil procurar os inequívocos fundamentos legais, quanto o é encontrar meios de blindar o Presidente da República, sua famiglia e outros envolvidos, no seu entorno e nos atos apurados. É, portanto, para as consequências das investigações que devemos todos voltar nossa atenções, mas não todas. No meio da boiada está a tentativa de garrotear as unidades federativas, com as alterações no ICMS. Alguns dos governadores denunciam as perdas estaduais e, também, a concentração de mais recursos nos cofres federais. A PEC que trata do assunto tramita no Congresso, sob a pressão do (des)governo federal, os interesses nada republicanos de parlamentares e a sabujice de alguns poucos governadores. Do ponto de vista dos amazonenses, em especial, dos amazônidas em geral, juntam-se a tendência de reduzir os incentivos em vigor ( dos quais os promovidos pela zona franca e pela SUDAM são relevantes) e a perda de arrecadação dos Estados, para agravar as dificuldades atuais. Segundo as autoridades fazendárias amazonenses, 350 milhões de reais deixarão de entrar nos cofres estaduais. Como se comportarão as lideranças políticas e empresariais, por pior e justa a expectativa de sua reação, é a questão que agora se coloca. Volúveis como as nuvens, em menos de 60 dias os foguetes que festejavam anunciada e pronunciada recuperação dos lucros da zona transformaram-se em manifestações preocupadas. É esperar, com um olho no gato e outro no peixe. Para aprender...ou não.
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1 Comment
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Meu boníssimo professor é sempre compreensivo.
Fernando Gabeira já teve períodos não tão comedidos em que se associou ao quinhão mais pretoriano do Congresso.