O que se passa em outros países não pode ser ignorado pelos demais. Às relações internacionais cabe papel decisivo na preservação do próprio Planeta. Quanto à paz mundial, torna-se ainda maior a necessidade de encontrar concertos que, mínimos embora, possam evitar um conflito de que não haverá vencedores. Nem mesmo os que enriquecem à custa da produção, comércio e tráfico ilegal de armas. Entre entender como vivem os estrangeiros em seus próprios países e como fazem a escolha dos seus governantes, e tentar ditar-lhe os rumos a seguir, a diferença é enorme. O princípio da autodeterminação dos povos, mais que qualquer outro, deve ser presença permanente na conduta dos governantes de todas as nações. Por isso, vejo nas manifestações supostamente indignadas dos opositores do tacanho presidente venezuelano, não mais que o puro e absurdo propósito de intervir na Venezuela. Como se Nicolás Maduro fosse o único ditador no exercício de mandato. Como se o tratamento dispensado aos demais ditadores, onde quer que eles governem, fosse o mesmo que ele recebe. Neste caso, não se trata de hostilizar um ditador, mas de tentar modificar as políticas públicas de uma nação rica em petróleo e resistente à cupidez de potências internacionais. Concordar e apoiar ou discordar e criticar Nicolás Maduro é uma coisa. Fingir que só ele governa de forma autoritária é outra. Ainda mais, quando os acusadores têm forte aliados em países cujos governantes dão fim aos adversários e recebem o estímulo para conter toda e qualquer rebeldia dos descontentes. Está-se sob a ameaça de um conflito internacional generalizado, não por que Nicolás Maduro pretende manter-se no poder, custe o que custar. Nem a pressão feita contra os países que patrocinam genocídios, distribuem armas conforme o interesse nas riquezas locais existentes é levada em conta. Os mesmos que, justa ou injustamente, acusam Cuba, Nicarágua e Venezuela de viverem sob ditaduras, são os que incensam a Arábia Saudita e Israel e continuam a distribuir armas aos governantes de nações onde há riquezas naturais a explorar. Se a cada povo fosse deixado escolher como e quem o governará, as relações internacionais seriam mais saudáveis. A história de um não é a mesma do outro. Nem sempre os interesses de um são os do outro. É isso que faz a riqueza da sociedade humana, sendo que ignorar as peculiaridades de cada qual só é possível se houver tolerância e compreensão e todos compreendermos quão desumano é impor escolhas segundo um modelo único e particular. Quem se dá bem com as ditaduras e aplaude a tortura e o assassínio dos divergentes há de saber que a outros isso soa extremamente desumano e desagradável. Democracias, se verdadeiramente o são, deveriam ser as primeiras a evitar a imposição de seus próprios modelos a outras nações. Que cada qual participe da vida social, mas saiba fazê-lo com a tolerância e a generosidade que só na democracia se desfruta. Outros, porém, por formação ou índole, preferem as ditaduras. Se vivem numa nação cujo governo é democrático, que tentem, respeitado todo o processo que as democracias praticam, mudar o regime. Sem armas, que essas não são o melhor instrumento político conhecido. Nunca foi tão precisa a frase todo povo tem o governo que merece. A validade dessa expressão, todavia, limita-se às nações em que os governantes são escolhidos pelo povo, em processos limpos e transparentes. Gostaria de saber como reagem os anticomunistas irados, depois de informados da posição do Partido Comunista da Venezuela, hostil ao tosco dirigente de seu país. Embora um tal de Juan Guaidó tenha desempenhado pífio papel e sequer ganhou o apoio de seus conterrâneos, parece que a presença de Edmundo González apresenta outros trunfos. Se foi realmente, eleito, que assuma o poder. E saiba escolher, em nome dos que apostam nele, compromissos que mantenham a democracia e a façam prosperar.
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