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Heroísmo oportuno

Há momentos em que só um gesto heroico pode salvar. A vida, a honra, a dignidade de pessoas ou instituições. Embora isso contrarie um célebre conceito emitido pelo teatrólogo Bertolt Brecht, para quem é infeliz e inferior aquela nação necessitada de heróis. Aqui, é preciso considerar a validade da sentença do autor de A exceção e a regra. Excepcionalmente registrado, o ato heroico serviria, pois, à confirmação do juízo brechtiano. Nenhum momento da história nacional terá sido mais propício à manifestação heróica, quanto o que vivemos. A expressão cortar na própria carne tem muito desse fenômeno que Brecht escolheu, para falar e condenar os maus padrões de relacionamento político e social dos humanos. Equivale a subtrair do próprio corpo - humano ou social - parte que lhe é grata, ao homem ou à instituição. Assim como a amputação de um membro, seja uma perna ou um braço, seja um indivíduo. No caso da instituição, não pela dor física que incomoda e maltrata. Naquela instituição, ferida em seus brios e maltratada em sua dignidade, não há alternativa àquele corte. Só ele é capaz de levar os contemporâneos à situação anterior, se de fato a instituição algum dia gozou de acatamento, respeito e afeição. Daí ser exigível das forças armadas brasileiras, pelos ataques e achaques que lhes causam alguns frutos podres que elas juntam aos frutos sadios, o gesto heroico que pode resgatá-las do opróbrio. Exceção melhor não haveria a registrar.



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