Há tempo para tudo, ainda

Candidatos a prefeito em pelo menos 19 capitais terão tido novo alento, com o que registraram os maiores jornais do País. Haveria naquelas cidades, segundo as pesquisas de intenção de voto, mais de 40% de eleitores indecisos. Pode-se esperar, portanto, que as campanhas eleitorais se voltem para essa ampla fatia de cidadãos, dados os percentuais atingidos pelos concorrentes, mesmos os que despontam na primeira fila. Falta pouco tempo, até o término do período de campanha. Restrições têm, com justiça (às vezes, pela Justiça) sido impostas aos que se valem da mentira e da agressão, na tentativa de conquistar mais votos. Não se espere que todas as decisões judiciais e todo o empenho e zelo dos órgãos fiscalizadores bastarão para tornar nula a influência desses desonestos fatores. Nem por causa deles, porém, a substancial parcela dos indecisos deixou de existir. Isso pode significar que boa parte do eleitorado deixa para o final da corrida a escolha de seu candidato. Antes, ela dá atenção à cadeirada desferida por um, à mentira dita por outro, à violência física por um terceiro praticada, ou mesmo à divulgação da indiciação ou denúncia de algum que se apresenta como defensor dos bons costumes. Nas capitais da Amazônia é uma, das cidades onde o percentual de indecisos alcança 50% ou mais do eleitorado, Porto Velho. Manaus (48%), Belém (47%), Boa Vista (44%) vêm em seguida. Seis capitais ultrapassam 50% dos indecisos: Curitiba tem 60%; Porto Alegre e Cuiabá contam 52%. Outras (Goiânia, Campo Grande e Belo Horizonte) situam-se entre os percentuais registrados nas capitais paranaense e gaúcha e matogrossense. O que se espera é esforço redobrado na volta final, com o que aumenta o risco de ações criminosas ainda mais graves que as até agora registradas. Do mesmo modo, deve-se exigir maior atenção e rapidez na apuração dos delitos e sua pronta e exemplar punição. Inclusive afastando da disputa os infratores. Alguns, sabemos todos, useiros e vezeiros na conduta marginal.