Guerra e Política

O que tem a guerra, seja ela qual for, a ver com a Politica? Esta questão parece distante das análises e comentários divulgados massivamente nos meios de comunicação. A maioria dos textos e declarações insertos nos media impressos, tanto quanto nos demais, trata de pôr fogo que aqueça suas próprias castanhas. Daí a maioria dessas manifestações não passar de uma tomada de partido. Mas não só isso. Trata-se da tentativa de firmar posição em terreno cediço, tais o peso dos preconceitos e os juízos apriorísticos deles advindos. Dizer que o Mundo (o mundo, igualmente) não será o mesmo no pós-guerra Ucrânia-Rússia é de truísmo que beira o ridículo. Perscrutar o futuro, assim, parece exercício arriscado demais, dados a complexidade da situação e os interesses em jogo. Estes, mais difíceis de tratar. Que Putin e Zelensk podem apresentar numerosos pretextos e algumas razões para o atual arranca-rabo, disso ninguém duvida. Ninguém manda seus irmãos de sangue ou de raça serem mortos sem uma causa, mais frágil seja ela. Das causas não são poucos os que as conhecem, embora muitos finjam calculada ignorância. Os fatos estão aí, circunstantes, nenhum deles produto do acaso. Todos, absolutamente todos, engendrados pelo Homem e instalados segundo a vontade deles mesmos, coletivamente. Estamos, pois, no reino da Politica. Frequenta esse ambiente, nele encontra suas causa e sobre ele recaem as consequências desse fenômeno chamado guerra. Porque nela se perdem parentes, amigos, conhecidos, pessoas que nunca se viram ou jamais serão vistas mas consideramos irmãos, vê-las morrer coloca-nos frente a um espelho. Do outro lado, o dedo apontado, proclamando e exclamando nossa culpa. Melhor, portanto, é sabermos como seremos e agiremos, ensarilhadas as armas. Como fomos -.e, infelizmente ainda somos -, os terrenos da guerra e os cemitérios o dizem.