Oportuna, afirmativa e esclarecedora e muito mais que isso, a entrevista do Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner, à edição do último fim de semana de A Crítica suscita reflexões. Nem todos, certamente, estarão tão dispostos a fazê-lo. Admito que mesmo os resistentes terão lá suas razões. Nenhuma delas, porém, ao menos aproximada da análise e das lições com que o líder religioso da Igreja recheia suas palavras. Inspirado nos valores e nas práticas que o Papa Francisco não tem medo de assumir, Dom Leonardo revela os propósitos do Grito dos Excluídos, evento que há quase 30 anos traz para a rua os problemas sociais que afetam a maioria dos brasileiros, não importa a cidade em que moram. É dessa reunião pública próxima de contar três décadas que a outra parte da população, minoritária, pode conhecer o sacrifício em que vivem seus semelhantes. Como têm sido chamados, em meio às profundas diferenças e desigualdades por ela mesma – minoria – produzidas, defendidas e mantidas. Não raro, hipocritamente invocando o nome de um deus pagão, alheio ao sofrimento traduzido em desemprego, fome, desalento, violência – esses produtos do enriquecimento de uns poucos, que a tantos encurta vidas. Matando, antes de mata-los por inteiro, a esperança sem a qual viver fica impossível. Pois quando a Igreja leva às ruas os interessados em superar a exclusão da maioria, o outro lado proclama e finge venerar o mesmo inspirador, o que na visão do egoísta e do incapaz de amar ao próximo seria com justiça dito o Cristo dos incluídos. Por tudo quanto disse Dom Leonardo, e pelo cenário que só escapa à visão vendada dos egoístas, pode-se avaliar a quanto chegamos, na direção das trevas e da barbárie que lhe equivale.
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