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Governabilidade


Termo relativamente novo na Política, a governabilidade se impôs, menos pelo que pretende dizer, que pelas aderências que traz consigo. O fato incontestável é seu uso, sempre que as dificuldades começam a afetar as exíguas e escassas qualidades dos governantes. Assim, esgotado o paupérrimo repertório dos expedientes gerados nas precárias mentes dos que governam, é àquele termo que eles recorrem. Desprovidos de qualquer, menor que seja, preocupação com um projeto de nação, lançam mão de uma palavra cujo conteúdo pode assumir feições diferentes, mesmo dentre os incapazes. Essa incapacidade parece multiplicar-se, ao mesmo tempo em que complica ainda mais as dificuldades de governar. Ora a inflação compromete a governabilidade, ora as limitações para investir é que o fazem. À falta de base parlamentar estável e majoritária frequentemente se atribuem responsabilidades. Daí vêm o loteamento dos órgãos da administração pública, as concessões para fatiar o orçamento público, a abertura dos cofres aos investidores em mandatos, o tráfico de influência. Não conheço notícia sobre algum esforço feito para fazer de um projeto nacional a base dos acordos necessários a remover o mal, tanto mais lamentado quanto mais aproveitado para toda sorte de bandalheira. Acordos, em si mesmos, nada têm de indesejáveis, se estamos tratando da democracia. As bases que funcionam como amálgama das alianças é que importa construir. Nada melhor, portanto, que pôr como alicerce da governabilidade um projeto de nação.


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