Gente "fina" é outra coisa
- Professor Seráfico
- 22 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Aparecem os primeiros registros do desvio de armas de fogo adquiridas sob o patrocínio e estímulo do (des)governo federal. Por enquanto, as suspeitas recaem sobre empresário que, como de costume quando se trata de gente "de bem", tem seu nome protegido pelas próprias autoridades. Com o silêncio conivente, para não dizer cúmplice, dos próprios meios de comunicação. É quase certo não se tratar de algum quitandeiro da periferia. O cuidado de esconder, se beneficia o suposto delinquente, faz muito mal aos seus colegas. A população tem fundadas razões para suspeitar de todos. Por isso, parece de bom aviso as autoridades tratarem de identificar quem está posto sob suspeita, cabendo aos media o cumprimento do papel que lhes cabe - dar ampla divulgação dos fatos e de seus agentes. Não fica, todavia, circunscrita a esses dois grupos (autoridades e meios de comunicação) a obrigação, a não ser que haja mais de um (ou, quem sabe, uma organização com numerosos participantes) envolvido no crime. Daí que talvez interesse às entidades representativas do empresariado ver tudo suficientemente esclarecido. Para tanto, bem que se poderia esperar a mesma pressão feita sobre os agentes públicos, sempre que alguma isenção de tributos, facilidades bancárias ou concessão de favores de toda ordem podem facilitar-lhes os negócios ou amentar seus lucros. Enquanto perdurar o ocultamento da identidade do(s) suspeito(s) todos atrairão, com sobradas razões, as suspeitas para si mesmos. Tanto se tem falado em corrupção, ainda que no Brasil ela aparente não envolver duas partes - a que oferece e paga propina e os que a recebem. Quando, porém, o delito envolve os que nos são mais próximos, às vezes até participando dele os círculos mais próximos dos catões de algibeira, o costume é fazer boca de siri. Ou estou dizendo algo inédito?
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