Carnaval sem Momo
mesmice imposta
pior que tudo
- sabe-se como
à alegria
mascarados são diferentes
ao menos nas máscaras
encobrindo rostos
escondidas intenções
mal dissecadas
desérticas almas desalmadas
e o desgosto
armando propósitos
objetivos interesses
a custo alto
muito alto
arquitetados
não é banda
o que passa
à janela
quando muito a
ambulância estridente
o terror com os seus traços
braços dados à
ignorância
o mal feito
e subseres humanos
subservientes
em desfile funéreo
permanente
não sai às ruas
o bloco tão esperado
é bloqueado o dizer
do inconfidente
surdo fica o tambor
bem ritmado
algo sem ritmo
algoritmo do silêncio
cúmplice e sócio
assoberbado
alas não há
escolas são fechadas
estandartes que de amor
não são
proclamam roucas cuícas
trágica maldição
certo rufar acompanha
um abre-covas
sem comissão de frente
alegóricas mensagens
maus augúrios
enquanto no peito
o coração bate
todo dia menos forte
onde futuros
como fazê-los
diferentes
se o desfile
acabará em
morte?
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