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Falsa e trágica liberdade

Dos que se empenham em criar mundo paralelo e descrever a realidade pelo que ela não é, não se pode esperar qualquer simpatia pela regulamentação das redes (antis)sociais ou os que as valha. Afinal, sua visão de mundo não guarda a mínima coerência com os fenômenos de alguma forma relacionados à vida social. No que esta tem de nobre, tanto quanto no conteúdo abjeto nela contido. Os interesses submetidos a propósitos que só a mentira fartamente produzida e propalada mobilizam-se hoje, como serão mobilizados no futuro, em combate contra a mais tímida tentativa de evitar - e, no limite, erradicar - os efeitos que a mentira dissemina na sociedade. É esse o ambiente que cerca a discussão a respeito da liberdade de expressão, princípio a que se dizem hipocritamente vinculados os que pautam sua vida pelos algarítmos e pretendem pautar a de seus contemporâneos. Que se submetam às determinações de fórmulas e artifícios nocivos, no âmbito individual é problema a ser deixado a critério de cada um. Quando se sabe, porém, dos efeitos dessa submissão e dessas práticas sobre parcelas crescentes da população, não pode ficar de fora da preocupação, das decisões e das ações das instâncias oficiais, a análise rigorosa e criteriosa do uso da liberdade. Pedro Dória, d' O Globo, trata desse assunto e, com oportunidade e serenidade, mostra quão saudável seria tratarmos do assunto com a importância e a gravidade que ele merece e exige. Muito mais, quando se saber a que consequências pode levar o projeto de atrair pessoas de toda faixa etária para práticas prejudiciais à própria saúde. No caso dos jovens, levando-os até ao suicídio. Como todo bem social, não há como deixar a liberdade impor-se à pequena minoria, para fazer da maioria privilegiados cuja felicidade só ocorrerá se aos outros corresponder, em grau ainda mais elevado, o direito de ser infelizes. Liberdade não rima com tragédia, nem com hipocrisia.

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