Os que leram A raposa e as uvas, de Esopo, ainda hão de lembrar o desfecho da conhecida fábula. O que motivava o mamífero e do que ele fazia necessidade a ser atendida, esfumou-se diante da realidade. Estão verdes, disse a raposa, face à impossibilidade de alcançar o objeto de sua ambição. E tratou de abandonar o local, humilhada como costumam ser os animais, os humanos e os que ostentam a mesma aparência. Multiplicam-se entre nós, cercados da indiferença de boa parte da população, exemplos da conduta do outro animal, ao ponto de se terem tornado rotineiros. Refiro-me às numerosas vezes em que o Presidente da República, forçado a recuar de suas mais ignóbeis ambições, passa a ver verdes as uvas que lhe escaparam aos sinistros apetites. A vontade de abrir as fronteiras como se não existisse em pleno curso uma pandemia esbarrou numa decisão do Poder Judiciário. O despacho do ministro Luiz Alberto Barroso tornou verdes as uvas que o Presidente afirmava maduras, com a arrogância ignorante costumeira, a um golpe de caneta. Mais um recuo, a confirmar o caráter aventureiro, irresponsável, criminoso, com que se produzem bravatas e fake-news, nestes tempos infaustos vividos pelos brasileiros.
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