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Estudos de História – U.R.S.S. (cont.) - A - 2

Orlando SAMPAIO SILVA


A Campanha Mundial pela Paz (citando): "No confronto ameaçador, na guerra fria, a URSS, no interior desta equação de oposições, estava mais fraca, porque o outro agrupamento de potências - Estados Unidos e seus aliados - era detentor de poderio atômico, enquanto o grupo oriental não estava equipado com tanto poder bélico. Essa desvantagem armamentista colocava, evidentemente, um dos lados contendores, na guerra-fria, em imensa desvantagem estratégica. Com as pesquisas desenvolvidas pelo Projeto Manhattan, norte-americano, a grande potência capitalista do ocidente havia dominado, desde próximo do final da II Grande Guerra, a tecnologia que lhe permitiu a fabricação, em escala, de armamentos nucleares. Uma ampla campanha pela Paz Mundial foi desencadeada, capitaneada pela URSS, mas contando com o apoio dos pacifistas de todo o Mundo. Então, foi na esteira dos caminhos trilhados por escritores pacifistas, como Romain Roland, Rilke, Joyce, Freud e Zweig, que Georg Bernard Shaw (1856-1950), Bertrand Russell (1872-1970) Einstein (1879-1955), Karl Jaspers (1883 - 1969), Sartre (1905-1980) e outras personalidades de prestígio mundial se empenharam, ante os governos das grandes potências, pressionando para que prevalecesse a racionalidade da preservação da vida, projeto humanista que apenas a Paz entre os homens poderia assegurar. Albert Einstein, o notável físico, posicionou-se contra o Projeto Manhattan. Stalin chegou a ser considerado um grande pacifista, inclusive por Russell. Foram realizadas as Conferências de Pugwash, no Canadá, contra as armas nucleares e pela paz mundial. Foi tornado público o Manifesto Russell-Einstein, com o qual esses dois notáveis humanistas se posicionaram contra o uso de armas atômicas e alertaram a humanidade e todos os governantes sobre a grave ameaça à paz mundial, que punha em risco a sobrevivência da vida sobre a face da terra. Esse manifesto foi um marco fundamental na luta pela preservação da paz entre as nações. Eu próprio, o autor deste texto, àquela época, ainda estudante, ao lado de outros idealistas, dei minha pequena contribuição à luta pela Paz Mundial, levando à Belém, Pará, a Campanha Mundial pala Paz. Lá, organizamos e participamos de passeatas e comícios pela Paz. Tendo em vista aqueles pacifistas exemplares acima referidos, diga-se que, para participar da Campanha pela Paz Mundial não era necessário compromisso ideológico com o lado contendor mais frágil e patrocinador da campanha; tratava-se de um empenho humanista para tentar evitar a guerra com seus legados de destruições, de mortes, e de mutilados físicos e psíquicos. No século, o Mundo já havia sofrido as tragédias de duas guerras mundiais, a segunda das quais, à época, terminara havia poucos anos. A guerra apenas serviria aos interesses da indústria armamentista e do mercado de armas. Paradoxalmente, o tempo atuou em favor da paz, porque durante o transcorrer destes anos de incertezas e ameaças, a URSS se apossou da tecnologia necessária à fabricação de armas atômicas e passou a produzi-las. Era um paradoxo, mas, em consequência deste "avanço" tecnológico da União Soviética, estabeleceu-se um equilíbrio estratégico entre as partes em confronto, então, entre entidades poderosamente armadas, situação de tensão internacional que se manteve até que, com a queda do muro de Berlim - em 1989 - e a derrocada da URSS - em 1991 -, a guerra-fria chegou ao seu fim." (esta citação final in Orlando SAMPAIO SILVA, "U.F.PA. - SEMINÁRIO DE ENSINO DE HISTÓRIA - 1968, 50 anos depois: Memórias, histórias, tecnologias e arquivos digitais", Belém, março de 2018)

(S. Paulo, 13/08/2018)


NOTA - Na sequência, serão publicados quatro artigos de Orlando Sampaio Silva sobre tema complementar.



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