Espicha-encolhe esclarecedor

Que constituem, no minimo graves irregularidades, as relações entre pastores evangélicos e o Ministério da Educação, até as pedras sabem. Talvez o ignorem ou fingem ignora-lo os destituídos de louváveis sentimentos ou de lucidez mental. Não se pensem mais lúcidos, porém, os asnos postos sobre as duas antigas patas traseiras que os autorizam a percorrer festejados corredores e salões oficiais. Entre a constatação de que trapaças feitas com dinheiro público devem ser investigadas e a investigação ser realizada, há distância impossível de medir. A régua não é a mesma, na dependência dos interesses de quem a utiliza. Essa a razão pela qual o senador Randolphe Rodrigues viu serem retiradas algumas assinaturas no requerimento para instalação da CPI do MEC. Nem há alguém capaz de justificar de maneira moral e politicamente convincente o recuo de alguns dos subscritores originais. Açodada terá sido a comemoração da iminência dos constrangimentos a que se exporia o (des)governo. É justo descartar presumíveis e calculados ganhos decorrentes da adesão e posterior deserção? A primeira funcionando como instrumento de pressão; a outra como paga sabe-se lá de que serviço? A rigor, o senador pelo Amapá sabe melhor que nós dos costumes da Casa e da índole de seus pares. Também não desconhece a legalidade das manobras do (des) governo, para evitar os riscos que uma CPI traria para seus objetivos eleitorais. Igualmente, duvido que impossibilitado de pôr o tanque político em ação neste momento, Randolphe esqueça do tema e vá cantar noutra freguesia. Nesse sentido, as pesquisas e previsões eleitorais poderão leva-lo à recusa do apoio de candidatos a co-autores do requerimento. Poderão ser demasiados, alguns até comprometendo a eficácia da CPI. A conversão, neste caso, seguirá a direção dos ventos eleitorais. Todos nas mãos dos eleitores.