Abutres répteis carnívoros
roedores
talvez Linneu ou Darwin nos digam
a espécie dos convivas do
banquete
farta a mesa em que
estão postados
crepitam as brasas em
funéreo ritmo
ostentação vibrante
na mais vil torpeza
de algarismos acumulados
quantos bastem
a comprovar a dimensão
da invulgar vileza
Acumulam-se em leitos
de que não se conhece até mesmo
a profundeza
vítimas esperadas
por abutres de voo curto
aos nimbus e limbo
condenados
a rastejar
em charcos enlameados
podridão abjeta
sem qualquer beleza
Roedores ávidos gulosos
no exercício feroz de
precariedade humana
a todos mentem
sem se darem conta
o que de suas bocas sai
a ninguém mais engana.
As gargalhadas
pilhérias ofensas
imprecações várias
correspondem à manifestação de
hienas
com a diferença de que
os quadrúpedes
para isso se alimentam
carnes pútridas
fezes nojentas
e o sorriso
assimilados por bípedes
que se pensam
em Paraíso
fétido e podre
onde seus apetites
se fermentam.
Quando a História
se der conta desses fatos
e os pósteros
não revelarem qualquer surpresa
saberão do mal que fazem os ratos
mesmo se substituídas suas presas.
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