O erro de Lula à esquerda, da cientista política Beatriz Rey e Tadeu Kaçula (O Globo, 9-7-2024), coloca um problema e, sem saber se os autores querem isso ou não, indica a única saída para o Presidente da República. Fazendo-se refém do que há de pior na frente ampla que o levou ao poder, Lula não pode cumprir as promessas de campanha. Quando calha de obter uma tímida vitória, os maiores beneficiários não têm sido os pobres e aqueles que ele durante décadas defende. O PT, submetido à liderança dele, começa a criar-lhe mais problemas que os próprios opositores. Imagino que, sem radicalizar suas posições, dificilmente Lula conseguirá reeleger-se ou eleger alguém que ele indique e apoie. A radicalização, neste caso, significaria deixar claro de que lado ele está, sabido que nos dois governos anteriores os ricos sempre ganharam mais que os pobres. Afinal, a vitória política nem sempre tem a ver com a vitória eleitoral. A rigor, Lula acaba sendo um empecilho para a esquerda.
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