O Presidente confessou: há, sim, corrupção em seu governo. Seu pipocar, como disse aquele indigente de palavras, ocorre de forma não endêmica. Assim ele o disse. É justo, pelo menos desta vez, dar-lhe alguma razão, ilha neste caso construída da boa fé dos brasileiros. Não se pode, porém, considerar as formas através das quais doenças transmissíveis surgem e se desenvolvem nas populações afetadas. A epidemia chega em surtos. Este é processo que não se prolonga, a não ser que os responsáveis pelas políticas de saúde o estimulem. Às vezes, fazendo o mal retornar, como é o caso do sarampo e da varíola. Quando o mal permanece e afeta determinada população, mas são drasticamente reduzidos seu piores efeitos, temos a endemia. Quando a epidemia se alastra por todo o Planeta, chamamo-la pandemia. A gripe dita espanhola, no séc. XX, e a covid-19 agora, ganharam essa classificação. Se considerarmos os conhecimentos e o entendimento do Presidente da República, quando refuta o caráter endêmico da corrupção que pipoca aqui e acolá, não há que admitir se não uma constatação: ele sabe que, no universo que sua pequena alma (?) alcança, trata-se de pandemia. É isso o que diz cada fato novo que decreto de sigilo não consegue esconder.
Epidemia, pandemia, endemia
Atualizado: 3 de jul. de 2022
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