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Nem covardia, nem bravata

Procede a preocupação dos comandantes militares e de algumas lideranças políticas, quanto à possibilidade de reações hostis à celebração do dia 8 de janeiro, por muitos denominado Dia de Defesa da Democracia. A que levará essa preocupação é o que importa. As consequências, se devem ter criteriosa avaliação, jamais apagarão o processo golpista determinante da celebração. Em especial, o conteúdo das cerimônias correspondentes, todo ele voltado para a defesa e manutenção da democracia. Além disso, o divisor de águas entre os que a veem como um ideal político a ser constantemente construído, defendido e aperfeiçoado, e os que desejam a todo custo corroe-la e promover o regresso do País a um regime autoritário. Deste não se tem qualquer notícia digna de mais que o asco e o repúdio dos homens de bem, cidadãos honrados. Intimidar-se diante de ameaças reais ou supostas equivale a recuar do compromisso democrático. Preparar-se para enfrentar tentativas de repetição do terrorismo cuja derrota enseja a cerimônia, mantendo-a íntegra e vibrante é o mínimo que se pode honesta e civicamente fazer. Até porque é isso o que cobrará de nós a comunidade internacional. É certo que, sem a compreensão e a solidariedade de governos e povos de numerosos países estrangeiros, talvez estivéssemos lamentando agora a perda de brasileiros submetidos à tortura e ao assassinato e desaparecimento brutal. Não teria sido a primeira vez em que tais ignominias manchariam de sangue o solo brasileiro, nem as proclamações reiteradamente dirigidas do poder central recomendavam duvidar de que tudo isso voltaria. Em prejuízo da sociedade brasileira, das famílias enlutadas e, também, do prestígio que o Brasil só tem visto crescer, mal concluído o primeiro ano de um governo de reconciliação e reconstrução. Não são a bravata e a covardia as melhores conselheiras, nesta e em qualquer outra circunstância. Uma e outra sempre serão úteis aos que não se adequam ou adaptam à democracia. Só a estes interessa a reprodução do terrorismo que, por absoluto princípio de Justiça, os porá atrás das grades. Que seja oficializado o Dia Nacional de Defesa da Democracia, ao menos como ratificação do compromisso da maioria da sociedade brasileira, com destaque para os que, servidores públicos de qualquer categoria, servem ao Estado, não a qualquer grupo investido de poder.p

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