Educação e privadas
Dois deputados federais do Amazonas destoaram dos colegas e se opuseram à entrega de polpuda parcela do FUNDEB às privadas. Refiro-me às empresas de educação travestidas de filantrópicas, que disputam com as instituições educacionais públicas recursos destinados ao setor. Ricardo Weddling e Bosco Saraiva desta vez se negaram a juntar seu voto ao dos advogados ou sócios dos grupos empresariais com assento no Congresso Nacional. O discurso de quase (sim, é possível encontrar exceções nisso também) todos denuncia a péssima qualidade da educação oficial, ao mesmo tempo em que assiste impassível, quando não intercedendo diretamente no processo, ao exponencial crescimento do patrimônio desses afortunados grupos. O Senado registrou o mais recente episódio dessa tragicomédia, com o recuo á proposta original, que não incluía as privadas dentre os destinatários da dinheirama. A decisão dos senadores será mais uma vez apreciada pela Câmara. Naquele plenário, anteriormente e talvez por um ato falho, chamada Câmara Baixa, será tomada a decisão final. Se, novamente os deputados contrastarem a decisão do Senado, justificarão a volta ao velho nome. Será um (mais um, na verdade) golpe baixo contra a educação brasileira..