
Em muito bem cuidada obra, o centenário do antropólogo Herbert Baldus (1899-1970) teve registro impresso coordenado e organizado por seu colega Orlando Sampaio Silva, um dos tripulantes desta nau. A edição que a Scortecci, com o cuidado de sempre, se incumbiu de editorar e imprimir traz textos de conferencistas e palestrantes presentes no Seminário realizado nos meses de outubro e novembro de 1999, no Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e Museu de Antropologia e Etnologia da mesma Universidade. Iniciativa do próprio Orlando, autor da ideia e coordenador do evento, ele também é o organizador e coordenador do dossiê, depois de ter apresentado seu ensaio sobre o estudioso teuto-brasileiro, na mesa-redonda do dia 29 de outubro do ano do centenário do homenageado. O ensaio de Orlando Sampaio Silva integrou, anteriormente, a Revista do Museu de Antropologia e Etnologia da USP- MAE/USP, n° 2, de 1992. No periódico, já aparece com o título O antropólogo Herbert Baldus, como no livro que o autor organizou e coordenou. No dossiê agora dado à publicação, o leitor encontrará também um artigo redigido por Maria Helena de Figueiredo Steiner, intitulado 1899-1970 - uma vida de trabalho. Na sequência, o dossiê apresenta depoimentos de cinco profissionais que testemunharam e/ou desenvolveram atividades em colaboração com Baldus, em sua profícua permanência no Brasil, onde chegou em 1933. Homenageiam o antropólogo nascido em Wiesbaden, Alemanha, os professores Francisco M. Salzano (Herbert Baldus - depoimento); Niède Guidon (Herbert Baldus); Vilma Chiara (Herbert Baldus); Sílvia Maranca (Baldus que eu conheci); e Betty Meggers (Remembering Baldus). O livro, mais que um registro, é o resgate de contribuição indispensável à preservação da própria história da Antropologia e da produção de um dos maiores contribuintes da disciplina científica em terra brasileira. Nagavea.com.br sente-se à vontade para fazer este registro, em especial quando o País levanta o véu do obscurantismo que durante um quatriênio praticou toda sorte de atentado contra a Ciência e a cidadania. Os povos indígenas sempre preocuparam o estudioso germânico-brasileiro, daí que relembrar seu empenho em conhecê-los, casa bem com a ideia de publicar o livro que outro dos seus colegas coordena. Neste espaço, a homenagem do blog e a manifestação de solidariedade devida, exatamente no dia que se diz dedicado aos habitantes originais. Dia que na verdade deveria ser lembrado sem interrupção de 01de janeiro a 31 de dezembro, todo ano.
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